O Quê e o Porquê

O homem pensa, avalia e argumenta na tentativa de entender a natureza das coisas e o próprio sentido da vida, por isso, as duas principais palavras do vocabulário humano na busca de entendimento, são: o quê e o porquê.

O Criador, Um Ser Indescritível Pela Mente Humana

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

O Amor de Deus, o Inferno e Um Lago de Fogo

Por Levi Costa

Existe uma gíria que se tornou uma forma de coação e intimidação, essa gíria é: "tocar terror".

Terror é qualidade do que é terrível, do que causa pavor, medo extremo. Por exemplo: Condição da pessoa que sente pavor. Estado de terror com ameaças constantes. Algo ou alguém que consegue aterrorizar, causar medo.

Diante disso, eu fico a pensar no terror causado nas pessoas pela religião, do tipo: "se você não se arrepender e morrer vai para o inferno de fogo", ou: "quem não for salvo vai ser lançado no Lago de Fogo e enxofre onde será atormentado por toda a eternidade"...
- Continua...

Então, eu fico a pensar num Deus de amor que no fim de tudo fará novas todas as coisas, como "um novo céu e uma mova terra", mesmo assim, segundo a crença religiosa, Ele vai reservar um local, um cantinho, de fogo e enxofre para atormentar por toda a eternidade aqueles que não o reconheceram como Deus e não aceitaram seu plano de salvação.

Contudo, a própria Bíblia diz que "Deus é amor", entenda, não é que Deus tenha amor, mas que Ele é o próprio amor. Porém, os religiosos dirão: sim, Deus é amor, mas Ele é santo e justo, e a sua santidade requer justiça, por isso Ele condenará muitos ao tormento eterno. Pois é, sem falar que a religião prega que o amor de Deus é incondicional.

Contudo, há sim condição de correspondência a esse amor, caso contrário haverá punição. É como se Deus dissesse: "eu te amo e quero te salvar, mas se você não me amar igualmente eu vou ti condenar a sofrer tormentos no inferno e, consequentemente, num lago de fogo e enxofre por toda a eternidade.

Então, quer dizer que meros mortais que viveram poucos anos de vida, tipo, setenta ou mesmo cem anos, terão que pagar por toda eternidade pelos pecados praticados dentro desses poucos anos vividos? E onde fica demonstrada a justiça nesse juízo com base no amor? Mas esse é o deus descrito pelas religiões.

Não por acaso, a Igreja Católica, na Idade Média, arrogava para si o poder de absolver os pecados das pessoas por decreto do "sumo pontífice", o Papa, mediante a venda das indulgências, até mesmo em favor daqueles que já haviam falecido, e diziam: "ao cair a moeda do no fundo do cofre da santa igreja, a alma sairá imediatamente do purgatório indo direto para o céu".

Diante dessa questão, surgiram três principais teorias acerca do destino final dos pecadores segundo a crença religiosa, a saber:

- Condenação eterna, conforme já exposto acima;
- Universalismo, prega a salvação indiscriminada de todos, isto porque Deus realmente é amor, portanto, no final salvará a todos igualmente;
- Aniquilacionismo, afirma que após o juízo final os condenados serão lançados no lago de fogo para pagar por seus pecados conforme a sentença recebida, após isso serão aniquilados por toda a eternidade, como se nunca tivessem existido.

Contudo, são inúmeras as ideias, teorias, pensamentos e, portanto, crenças como resposta para os dilemas dessa questão, que são tidas como "verdade" para os seus proponentes, mas que são vistas como meras crenças por seus contrários.

Assim, cada um, por sua vez, vê o outro como tendo uma visão distorcida e/ou deturpada da verdade, porém, essa suposta verdade trata-se, na verdade, de doutrinas religiosas segundo a interpretação que cada um faz de seu livro sagrado. Contudo, um deus que caiba dentro de uma definição religiosa/teológica, não passa de uma abstração da imaginação e interpretação humana, assim, esse deus não é menos humano que aquele que o idealizou, o próprio homem.

Além do mais, esse "deus" age e reage à semelhança de seus intérpretes, pois estes o fazem ser, na prática, parecido com eles mesmos, do tipo: iracundo, ressentido, partidário, vingativo, dentre outras qualidades próprias da natureza humana. Como bem disse Albert Hubbard: "O que chamamos de justiça divina é apenas uma ideia do homem do que ele faria se fosse Deus".

Por fim, duas questões a se considerar:

Se na eternidade o homem não terá livre arbítrio para pecar, porque não foi assim na criação de Adão? (Isso segundo a Bíblia).

Mas, se mesmo na eternidade o homem tiver livre arbítrio para pecar, não seria a mesma razão que levou Adão a pecar?

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