Espiritualidade não é Religiosidade

Por Levi Costa

Espiritualidade não é o mesmo que
religiosidade, a primeira diz respeito a uma condição do ser, isto é, a pessoa simplesmente é. Já no segundo caso, trata-se de autoafirmação, ou seja, o indivíduo precisa fazer para ser.

Na prática religiosa a pessoa tem que vincular-se e, portanto, praticar para afirmar-se como tal perante o grupo. Isso serve de satisfação para a própria pessoa, pelo senso do dever cumprido, bem como comprovação para os demais no sentido de validar a religiosidade uns dos outros...

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Nesse ponto, encontra-se o erro em classificar tal experiência religiosa como um ato "espiritual", isso porque a espiritualidade real nada tem a ver com prática religiosa, tem ela a ver com um estado do ser.

Em resposta a uma indagação religiosa quanto ao local apropriado de culto e adoração, se seria ali no monte Gerezim, onde os samaritanos adoravam, ou se seria no Templo em Jerusalém, local oficial do culto judaico, O Cristo disse que O Criador é Espírito e importa que os que o adorem o adorem em espírito e em verdade. Com isso, podemos entender que a Espiritualidade verdadeira acontece de espírito para Espírito.

Foi nesse mesmo contexto que o apóstolo Paulo em seu discurso no Areópago aos atenienses, aos quais Paulo classificou como sendo muito religiosos, afirmou que "O Criador não habita em templos feitos por mãos humanas... nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa... que Ele não está longe de cada um de nós... pois Nele vivemos, nos movemos e existimos".

Portanto, é o finito em fusão com O Infinito, A Consciência Maior, de onde deriva toda a Espiritualidade para as demais consciências que estejam em perfeita sintonia de espírito e harmonia com o Todo, este que permeia o Universo e todo o ser existente, no qual somos um e com o qual somos um. Isso é o que podemos descrever e definir, no pleno sentido da palavra, como Espiritualidade, que em nada tem a ver com mera religiosidade.