Por Levi Costa
O renomado físico Albert Einstein, nasceu em 1879, na Alemanha, e morreu no ano de 1955 em Princeton Estados Unidos. Esse judeu cidadão do mundo, tornou-se a maior celebridade científica de todos os tempos.
Sua oposição a toda forma de rigidez mental manifestou-se já na infância. A despeito de ter sido agraciado com o prêmio Nobel de 1922, sua rebeldia, integridade intelectual e o fato de ser judeu obrigaram Einstein a abandonar a Alemanha durante a ascensão do nazismo...
Mesmo sem possuir uma sólida formação filosófica, Einstein refletiu com certa profundidade sobre numerosos temas. O impulso mais poderoso que o levou a trabalhar em física teórica, em busca dos fundamentos do universo era, segundo suas palavras, “um sentimento cósmico religioso”. “Tenho a impressão”, escreveu, “de que os hereges de todos os tempos da história da humanidade se nutriam com essa forma superior de religião”.
Einstein foi muito religioso até os doze anos de idade, isso segundo ele mesmo. Após os doze anos, tendo lido Spinoza, ele sofreu forte influência do pensamento desse filósofo holandês de origem judaica. Em certa ocasião, Einstein declarou acreditar no Deus de Espinoza, ou seja, aquele que se revela na harmonia da natureza.
Spinoza foi um filósofo do século XVII (1632–1677), ele defendia a coincidência entre Deus e a Natureza. Para ele, Deus não reinava sobre a Natureza; Deus seria a própria Natureza. Essa doutrina se chama panteísmo. Spinoza foi muito combatido em sua época tanto pelos cristãos quanto pelos judeus.
Einstein não acreditava, originalmente, em um Universo em expansão. O motivo para isso era em parte derivado de sua religiosidade cósmica, ou mais precisamente, do seu panteísmo, da influência por ele recebida da leitura dos escritos de Spinoza.
Einstein pensava de modo muito parecido, mas um pouco diferente, ele não acreditava que a ordem matemática existente no Universo fosse apenas produto do acaso; mas identificava Esta Ordem matemática existente na Natureza e não a própria Natureza com Deus.
Os contemporâneos de Einstein muitas vezes o tinham por suspeito de ateísmo. Mas eu, particularmente, acho que Einstein, assim como a maioria dos grandes nomes da história, era um deísta, como fica evidenciado em uma entrevista a George Sylvester Viereck, famoso por entrevistar celebridades.
Viereck questionou Albert Einstein quanto ao seu suposto ateísmo. Einstein, mesmo sendo o grande célebre físico que era, não apelou para nenhuma resposta complexa, ele simplesmente apresentou a seguinte comparação:
“Não sou ateu. O problema aí envolvido é demasiado vasto para nossas mentes. Estamos na mesma situação de uma criança que entra numa biblioteca repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito esses livros. Ela não sabe de que maneira, nem compreende os idiomas em que foram escritos. A criança tem uma forte suspeita de que há uma ordem misteriosa na organização dos livros, mas não sabe qual é essa ordem. É essa, parece-me, a atitude do ser humano, mesmo do mais inteligente, em relação a Deus. Vemos um universo maravilhosamente organizado e que obedece certas leis, mas compreendemos essas leis apenas muito vagamente”.
E prosseguindo, Einstein diz: “como poderá se comunicar de homem a homem esta religiosidade, uma vez que ela não permite chegar a nenhum conceito determinado de Deus, a nenhuma teologia? Para mim, o papel mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e manter despertado o sentimento desta religiosidade naquele que está aberto a ela."
Apesar de Einstein ser judeu e muito apegado às tradições culturais judaicas, ele não se mostrava inclinado a aceitar o Deus dos judeus. Essa antropoformização da figura divina, por várias vezes ele classificou como algo simplesmente infantil.
Portanto, Einstein não acreditava em um Deus que interferisse nos destinos da Natureza e muito menos em um Deus que se envolvesse no destino dos homens, como é o Deus dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos.
Assim sendo, por não acreditar em um Deus que rege sobre a Natureza ou em um Deus Criador do Universo, Einstein se via compelido a conceber um Universo Eterno e, portanto, sem momento de criação e sem um fim.
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