A religião, com suas várias agremiações, tem os seus simpatizantes e aguerrido seguidores partidários, cada um procurando defender, devotada e apaixonadamente, a sua preferência e opção pessoal. Rotula-se e critica-se esse ou aquele que não preencha os pré-requisitos de determinada cartilha confessional.
O problema consiste em a pessoa afirmar, categoricamente, ter a última palavra na questão como verdade absoluta. Mas o que dizer daqueles que não confessam o mesmo credo... Aquele que entende diferente do outro, infelizmente, passa a ver o outro como como um rival doutrinário, alguém que precisa crer como o outro crê.
Mas posso dizer que a sua fé sendo diferente da minha, não o autoriza a fazer de mim um inimigo que precisa ser vencido, por que isso? Se eu como cidadão livre tenho assegurado o meu direito de ir e vir como qualquer outro? Portanto, a sua fé sendo diferente da minha fé, ou seja, do que eu creio, isso nos torna iguais no direito de nos expressarmos quanto ao que cremos, somos todos livres para isso! Se eu tiver que responder por isso a alguém, esse, com certeza, não será outro igual a mim.
Apontar o dedo para o outro que não vê do mesmo ponto de vista doutrinários do outro, isso não passa de prepotência, de arrogância pessoal. E quem lhe garante que não é você que está do lado oposto desta questão?
Quanto ao que creio, pode não ser a crença da maioria, contudo, não quer dizer que eu não possa crer assim como creio. Se afirmo no que creio e como creio, a responsabilidade por essa declaração de fé é toda minha, é de foro íntimo, é pessoal. A crença é algo pessoal, aliás, você é livre para acreditar no que quiser, mas querer impor a sua crença como verdade absoluta a quem não comunga do mesmo pensamento, tal atitude é arbitrária e abusiva.
Portanto, entenda, a liberdade que você tem para crê naquilo que você crê, é a mesma liberdade que o outro tem para crer diferente de você ou até mesmo para não expressar crença alguma, pelo menos nos molde da sua crença. Afirmar categoricamente ter a última palavra, é de se pensar, e é exatamente o que eu, em particular, faço, a saber, pensar!
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