Segundo o conceito religioso, o deus da religião é onisciente (sabe todas as coisas), é onipresente (está em todo lugar ao mesmo tempo) e é onipotente (pode todas as coisas que ele queira). Esses são, portanto, os chamados atributos incomunicáveis de deus, ou seja, somente ele os tem, porque ele é deus.
Diante dessa definição religiosa, podemos analisar a seguinte realidade prática, vejamos:
O religioso dirá que tudo isso é fruto do pecado da humanidade e consequência do livre arbítrio. Mas, em se tratando de uma pessoa indefesa, onde está a culpabilidade quanto ao alegado pecado da humanidade e quanto ao uso do livre arbítrio diante do sofrimento? Na verdade, o único a quem se pode atribuir tal "pecado", como ato prático e como liberdade de escolha, é daquele que poderia usar de seu livre arbítrio e não praticar tal maldade, mas não o que ele faz!
Contudo, um ser onisciente já sabia de antemão que tal ato ocorreria; com a sua onipresença, ele mesmo contempla toda a prática do ato em si; e com a sua onipotência poderia livrar a indefesa vítima das mão de seu carrasco, se assim quisesse, mas, na quase totalidade dos casos o ato de violência é consumado.
Já nos casos em que a vítima escapa e o ato não se consuma, para o religioso trata-se de um livramento divino, porém, escapar da consumação do ato é a exceção à regra, e não se pode legislar com base em exceções, portanto, não justifica! Quanto aquele sem chance de defesa, ele não tem como exercer livre arbítrio para escapar, na verdade, precisa de ajuda para se livrar, já por outro lado, o autor do delito poderia exercer o livre arbítrio e não praticar tal ato, mas, geralmente, não é o que ele faz, pois usa do livre arbítrio para cometer seu crime.
Contudo, segundo o conceito religioso, se mais tarde aquele que cometeu o ato de violência se arrepender, ele será perdoado e salvo. A pergunta é: e quanto as vítimas, como ficarão? Na verdade, essas continuarão marcadas como vítimas da violência e traumatizadas por não terem tido a chance de um livramento. É isso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário